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sábado, 31 de julho de 2010

SOME: 30 anos de educação no campo




O Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME) originou-se da elaboração e execução da antiga Fundação Educacional do Pará (FEP), que desde o final da década de 70 e início da década de 80 do século passado ficava responsável pela gerência do ensino superior e ensino de 2º grau. Através da pressão de alguns setores políticos, principalmente, neste momento de 12 prefeitos, a instituição começa em fase experimental, a implantação deste projeto especial, a partir do dia 15 de abril de 1980, por 04 municípios que são os seguintes: Curuçá, Igarapé-Açu, Nova Timboteua e Igarapé-Miri, sendo regularizado pela resolução nº 161 de 03 de novembro de 1982, do Conselho Estadual de Educação.

O interessante é que a criação do SOME como uma alternativa para a educação no campo merece algumas reflexões. Começamos a abordar que neste momento assegura o atendimento de 2º grau para diversos municípios, adequando-se a realidade e mesmo com as carências infra-estruturais (deficiência nos sistemas de comunicações, de transporte, de saúde, educacional) do campo. Não podemos desconsiderar outro aspecto, a demanda que necessitava estudar neste nível e que não seria necessária a construção de escola, mas precisariam de recursos humanos qualificados, principalmente, professores com curso superior, para atuarem nas atividades docentes neste nível.

Gostaria de frisar de que no final de década de 80, o antigo ensino médio encontrava funcionando em 16 dos 83 municípios, nas sedes dos municípios onde se encontrava o maior número da população e lógico a demanda de discentes. Onde seus principais objetivos eram possibilitar aos alunos do campo a conclusão de seus estudos no ensino médio; democratizar as oportunidades educacionais no campo, a fim de garantir a permanência dos alunos em seu lugar de origem e garantir um ensino de qualidade que levará desenvolvimento e justiça sociais as diversas regiões do Estado.

O SOME funciona com programas curriculares de cada série que são oferecidas em 04 módulos e cada módulo é formado por bloco de disciplinas, com duração de 50 dias letivos. A final do ano letivo, que corresponde a 200 dias, o aluno conclui uma série, sempre obedecendo às exigências curriculares legais. As localidades atendidas são agrupadas em circuitos, cada composto de 04 localidades e durante o ano letivo os professores são divididos em equipes que se deslocam, em forma de rodízio, pelas localidades que integram o circuito.

O SOME trabalha em parceria com as prefeituras municipais, através de convênios com a SEDUC. As prefeituras respondem pelo custeio de moradia e alimentação dos professores, apesar de algumas não cumprirem, durante o tempo de duração de cada módulo. A SEDUC garante o pagamento dos salários dos professores, mais a gratificação para deslocamento para o professor, como estímulo a interiorização e localidades de difícil acesso.

Com o SOME são desenvolvidas atividades como: cursos de capacitação para professores do ensino fundamental, seminários, palestras, festivais de mitos e lendas, teatro, encontros intermunicipais, oficinas pedagógicas e feiras culturais. Dessa forma, parte da carga horária do professor é destinada a projetos de intervenções.

O projeto some dentro deste contexto com o seu surgimento e sua trajetória como uma forma alternativa de atendimento e expansão do ensino médio presencial no estado do Pará, buscando um suporte teórico e metodológico que dirija suas ações pedagógicas. Na sua gênese elabora suas ações educativas formando cidadão socialmente crítico e atuante que compreenda o contexto global e onde está inserido, tendo a tendência pedagógica identificada como “pedagogia libertadora”, representada pelo educador Paulo Freire.

O SOME hoje atua em 97 municípios e 424 localidades no Estado, com aproximadamente 32 mil alunos e 900 professores. O projeto que surgiu como alternativa com certeza, ainda vai durar mais 30 anos, enquanto não aparecer outro projeto presencial, para atender a população do campo, das florestas e das águas.

Desde a criação do SOME, que é o maior projeto de inclusão social do Estado, o Ensino Médio Modular já garantiu a conclusão do ensino fundamental e médio de mais de 50 mil estudantes. A metodologia do projeto proporciona um ensino de qualidade, na medida em que evita a fragmentação do trabalho escolar. O importante que equipes de professores de disciplinas específicas ficam à disposição de cada escola por espaço razoável de tempo, dessa maneira concentrando todos os esforços aos participantes. Outra vantagem é o atendimento individualizado que pode ser dado aos estudantes com dificuldades de aprendizagem que atua na educação do campo. Como alternativa de ensino médio e como preparação para o ensino médio regular nesta trajetória educacional através da denominação SOME em seu processo educativo sem dúvida nenhuma tem oferecida uma grande contribuição e significativa universalização do ensino médio na educação no campo. Parabéns SOME pelos 30 anos de existência e educação de qualidade.



* O autor é educador do SOME.

Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Ribamar de Oliveira (Cj. Maguari)

Um dos assuntos polêmicos e discutidos no momento em encontros e seminários é a situação da violência sexual contra crianças e adolescentes, que vem acontecendo em nossa sociedade, independemente de classes. O melhor dos estímulos para instituições e entidades seria tratar esse mal buscando soluções mais condizentes, conforme a legislação atual.

Não podemos negar e enfrentar essa situação significa garantir os direitos sexuais das crianças e dos adolescentes, vivendo a sexualidade de forma saudável. Claro, quando envolve violência, o ECA prevê tratamento para a vítima e punição para o agressor.

Mesmo sabendo, que as meninas são as grandes vítimas podemos constatar a presença significativa, também de meninos, conforme a divulgação da imprensa sobre o assunto, inclusive com a presença de grandes instituições envolvidas.

Temos tanto o abuso sexual, como a exploração sexual de crianças e adolescentes, onde a presença de redes de comerciantes e outras categorias saem lucrando com esse tipo de atividade.

A melhor forma de divulgar e prevenir é denunciar aos programas que cuidam da segurança e proteção das crianças e adolescentes.